Bienais de 2019: a presença de jovens arquitetos brasileiros

Qua, 06 de Novembro de 2019 15:30



PROFISSIONAIS COM ATÉ 10 ANOS DE FORMADOS FORAM DESTAQUE NA 17ª BIENAL INTERNACIONAL DE ARQUITETURA DE BUENOS AIRES, NA TRIENAL DE ARQUITETURA DE LISBOA E NA 11ª EDIÇÃO DA BIENAL IBEROAMERICANA DE ARQUITETURA E URBANISMO, NO PARAGUAI

Pranchas expostas na Bienal de Buenos Aires (Foto: Andres Negroni)

Elisa Martins e Cássio Sauer, sócios no escritório sauermartins, de Porto Alegre, se formaram em 2009 na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, com Elisa Martins consagrando-se, em 2010, como uma das cinco vencedoras da 22ª edição do concurso Opera Prima. Apesar da pouca idade, a dupla acumula já quantidade considerável de prêmios no Brasil e exterior, dos quais o mais recente é a distinção que receberam - Prêmio BIENALBA a Explorações Projetuais - na 17ª Bienal Internacional de Arquitetura de Buenos Aires, ocorrida entre 15 e 20 de outubro passado na capital argentina. Seu projeto, temporário, para um observatório construído com madeira - por eles e o time de estudantes que lideraram em 2017 na primeira edição do festival Hello Wood na Argentina, evento originário da Hungria, se chama Observatório do Campo e das Estrelas. Uma estrutura delgada em planta e que permitia visuais variadas do entorno a partir da presença ou ausência de uma membrana semitransparente envolvendo a instalação. O projeto havia conquistado anteriormente menção honrosa no Prêmio IABsp 2018.

Observatório do campo e das estrelas (Foto: Fernando Schapochnik)

Recentemente, os jovens arquitetos foram também finalistas do Prêmio Début (para arquitetos com menos de 35 anos de idade) da Trienal de Arquitetura de Lisboa, que permanece aberta em Portugal até 2 de dezembro. Do Brasil, concorreu com eles o gru.a, do Rio de Janeiro, liderado por Caio Calafate (Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, 2010) e Pedro Varella (Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2011), mas a vencedora foram os espanhóis do Bonnel+Dòriga (Laura Bonell e Daniel López-Dòriga).

 No Paraguai, na 11ª edição da Bienal Iberoamericana de Arquitetura e Urbanismo, realizada entre 6 e 11 de outubro, o grua.a foi um dos 32 finalistas dos prêmios do evento, selecionados em meio à impressionante quantidade de 997 inscritos. Em pé de igualdade com a dupla carioca concorreram, então, outros arquitetos atuantes no Brasil, dos quais venceram o escritório Vão (dos sócios Anna Juni, Enk te Winkel e Gustavo Delonero, todos formados pela Universidade Mackenzie, respectivamente em 2013, 2012 e 2011 - Enk te Winkel foi um dos premiados do Opera Prima, na 24ª edição do certame), com a sede de uma fábrica de blocos construída em 2016 em Avaré, São Paulo; o escritório messinarivas (fundado em 2016 pelo argentino Francisco Rivas, formado pela Universidade Nacional de Córdoba, e pelo brasileiro Rodrigo Messina, graduado pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro), com a Capela Ingá-Mirim, construída em 2018 em Itupeva, São Paulo; e o MMBB associado com Paulo Mendes da Rocha, com o Sesc 24 de Maio, inaugurado em 2017 em São Paulo.


Sede para uma fábrica de blocos (Foto: Rafaela Netto)



Capela Ingá-Mirim (Foto: Federico Cairolli)

Vale ressaltar que, exceto MMBB e Paulo Mendes da Rocha, todos os demais arquitetos citados anteriormente têm no máximo 10 anos de formados. É a recente geração de profissionais brasileiros prenunciando novos ares na arquitetura brasileira.

Fonte: ARCOweb 
Reportar bug