1. Introdução
O quadro diverso da arquitetura moderna brasileira, a partir da década de 1950, se deve aos fluxos de informações e conhecimento decorrentes do deslocamento dos “arquitetos peregrinos, nômades e migrantes”(1) que redundaram, sobretudo, na fundação e autonomia das escolas de arquitetura. Esta mobilidade de pessoas, ideias e valores criou vínculos entre centros emissores e receptores, favorecendo a afirmação da arquitetura moderna brasileira, ao mesmo tempo em que contribuiu para o surgimento de uma diversidade de manifestações do modernismo arquitetônico, justificadas em função, principalmente, das resistências materiais e ambientais dos lugares.
Este panorama plural inclui uma vasta produção que, à margem do modernismo arquitetônico hegemônico, buscava adaptar os princípios modernos às condicionantes locais. Embora este processo e a atuação dos seus respectivos personagens (migrantes estrangeiros e nacionais e nativos, que vão estudar nos principais centros e retornam à terra natal), pareçam periféricos, é importante destacar o significativo papel que cumpriram na difusão do modernismo, ao introduzirem uma cultura arquitetônica de caráter mais erudito em diversos centros regionais. Neste sentido, a trajetória de diversos arquitetos constitui, ao mesmo tempo, fonte e objeto de documentação do desenvolvimento e da diversidade da arquitetura moderna brasileira.