Dia Nacional do Patrimônio Histórico

Qui, 17 de Agosto de 2023 17:30



Hoje, 17 de agosto, é celebrado o Dia Nacional do Patrimônio Histórico, data importante para a preservação dos patrimônios históricos. Aqui no Ceará ainda há um longo caminho a ser percorrido na conscientização para conservar os mesmos. Somente em Fortaleza, desde 2010, cerca de 10 prédios tombados ou em processo de tombamento foram demolidos, como o Casarão dos Gondim na Rua General Sampaio e a Casa Azul na Avenida Beira-Mar, estes dois os mais recentes.

A arquiteta e urbanista Solange Schramm, professora do curso de arquitetura e urbanismo da UFC, ex-vice-presidente e sócia do IAB-CE, chama a atenção para a especulação imobiliária agressiva e o crescimento desordenado das grandes cidades, como em Fortaleza, desobedecendo os planos diretores e levando as sérias consequências.

Na capital cearense, em específico, a arquiteta menciona a carência de inventários que identifiquem e façam conhecer esse patrimônio, abrangendo critérios mais amplos do que atributos excepcionais do ponto de vista artístico, histórico ou cultural. Além disso, Solange ainda destaca o número reduzido de arquitetas e arquitetos nos órgãos responsáveis.

A Lei nº 6.292, de 1975, dispõe sobre o tombamento de bens no Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), porém, elas não são cumpridas integralmente como deveriam. Segundo a arquiteta e professora da UFC, falta um planejamento integrado no que envolveria a ação de outros órgãos que atuam no espaço urbano. “A carência de verbas associada à questões políticas, trazem grandes prejuízos”, complementa Solange.

Por fim, Solange atenta que são mais de seis milhões de pessoas que habitam os demais 183 municípios do Estado e indaga: “Por que não um setor de patrimônio na estrutura administrativa da prefeitura de cada cidade, com a contratação de arquitetos, profissionais devidamente habilitados para essa importante missão? Essa iniciativa, fácil de ser implementada, abriria um campo de atuação  para centenas de  profissionais. Mas, sobretudo, contribuiria para o conhecimento, divulgação e preservação do  patrimônio de cada lugar, fortalecendo  memórias  e a construção da cidadania.”

 

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